quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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Ah, hoje o sol raiou cantando!

Vi as nuvens guardando-o em paz
induzindo-o a não voltar mais
desabando em torrentes de sombras
alegrando as minhas horas finais

Ah, o mundo girou sem pressa
largando sinais aqui e ali
guardando o sol que brilhava
uma vez brilhando demais, quente
mas minha janela acolhia o pranto
antes que desabasse nos olhos meus
sai do meu dia, que hoje se alegra.

Volvi minha face para criar
esses versos que são livres de mim
zarpando para meu oceano denso
escritos em folha sem rimas tristes
sabendo-se carnais e incultos.

Não querendo nem saber daquele sol
o sol que amanheceu cantando
sol que se guarda nas nuvens.

Eu não versifico à toa, não senhor
não rimo amores, nem teorizo cadências
tento apenas criar um espelho de mim
roubando do branco da folha pura
isso de querer demais não é pra ninguém
sol que brilha aí escondido
tenta brilhar um tanto menos
esquece um pouco essa pressa ruim
convida teus raios para um descanso
esquece que um dia tem esse fim!

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