quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Outrages

São coisas assim que me fazem viver
entre o inferno da dor e o céu do prazer
mesclando sentir e pensar sem engano.

Perdendo o meu tempo em nada útil
esquecendo o que devo dizer por querer
nascendo de novo a cada dia que surge
sedento por ver o sol atrás das nuvens
amando saber tão pouco como eu sei
roubando do tédio o que faço meu tempo

Encontrei o que não queria quando desisti
mas ainda era cedo, voltei à procura...

Como quando me deito e vejo só um céu azul
ou quando abro os olhos lembrando de você
mereço se persisto, e pela paciência criada
esse bem querer que arrisco, uma vida ou mais...
Como quando repito o que já não se faz útil
outra vez, para saber que posso, e vira tédio.

Ou quando olho de novo para baixo
Usurpando de mim o fingir viver.

Força! Que o fim não nos preocupe mais
Insistirei, pois os momentos bons se tornam vontade
Mais que a vontade de encontrar isso que me faz viver.

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