quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entre vous et moi

E com um momento veio uma vida toda
sem que eu me desse conta do quanto
sem que eu percebesse sequer que antes,
eu não era nada mais que um passageiro,
seguindo pela vida como quem engana.

Quem dera o momento fosse menos hostil
um desses que já não existe, a seguir o tempo
Isso que chamamos de tédio e repudiamos
nunca recuperando a tolice que da vida
zarpou como uma embarcação inanimada
erguendo as pequenas ondas que deixa para trás...

Vim até aqui por um caminho tranquilo
em que a dor era nada além de paisagem
resto de quando tentava e falhava.
Sutil como o olhar desviado do rosto
onde eu via tudo e temia algum nada.
Sabendo que aquele momento era meu!

Sem me preocupar com o que me faltava
iniciei uma busca pelo fim dessa mesma
no que depositei receios e esperanças
como sempre foi, depois se caio ou não
é o tempo que diz, se me levanto ou não
rasgando o comum e internalizando tudo
Ouvindo a voz que vem de mim e cala
Sobrando a vontade que trouxe lá do começo distante...

É daquele momento em diante que vivo
não me importando se o antes sou eu
também ignorando as pré-sentenças
rastros como os que a memória leva
eu apago como posso sigo adiante.

E de um momento eu tiro um verso,
um que se fez em quinze...

Em que depositei grande parte de mim.

Você, meu silêncio ensurdecedor
o que chamo persistir e chorar
Cada momento em que respiro,
e sou paciente, entre eu e você...

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